Quando se fala em “Março Azul” e câncer colorretal, existem alguns sintomas que não podem ser ignorados, e diante deles é importante procurar auxílio médico para que seja realizado um correto diagnóstico.
Esteja atento a: sangramento intestinal, perda de peso (sem que haja uma dieta ou intensidade de atividades físicas), diminuição do apetite e um fator muito importante, que é a alteração do hábito intestinal.
“Aquela pessoa que tinha um intestino que funcionava sempre de um jeito, seja regulado, constipado ou solto e, de repende, o intestino muda o funcionamento, é um sinal de alerta para a realização de um exame de prevenção, uma colonoscopia”, ressalta o coloproctologista Prof. Dr. Roberto Luiz Kaiser Junior.
Março Azul e o câncer colorretal
Um quadro de anemia também pode significar algum problema colorretal. “Uma pessoa com anemia, muitas vezes, faz vários tipos de tratamento, mas esquece de fazer uma colonoscopia. Esse sangramento pode ser lento, e um simples exame como a colonoscopia consegue fazer um diagnóstico”, completa o especialista.
De acordo com o INCA – Instituto Nacional de Câncer, o câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente.
Em 2018 foram registrados mais de 36 mil novos casos da doença.
Mas por que fazer uma colonoscopia?
“Vamos pegar o exemplo de uma pessoa que tem um pólipo, que é um tumor considerado benigno, e que leva de cinco a 10 anos pra se tornar maligno. Então é nessa faze que devemos fazer o exame e a retirada desses pólipos, enquanto eles ainda são benignos”, ensina Dr. Kaiser Jr.
Já os exames de sangue oculto nas fezes, muitas vezes detectam o problema quanto o tumor já está avançado, ao pondo de levar a esse sangramento onde o sangue pode ser encontrado nas fezes.
Tratamento
“Atualmente, os tumores de reto também podem ser tratados com a radioterapia e curados, quando feito de uma maneira correta. Ou seja, cirurgia ou a radioterapia são opções de cura para esses tipos de tumores. Quando falamos de cura significa conseguir pegar esses tumores no estágio mais precoce. Se no momento de um diagnóstico tivermos um tumor avançado, comprometendo outros órgãos, fica mais restrito o tratamento”, explica o coloproctolgista.
Na cirurgia, dependendo da localização do tumor, não é possível fazer sua retirada e juntar o intestino de novo, devido à falta de espaço.
“Nos tumores de reto é mais comum, porque se não tiver, depois do tumor, onde juntar ele por baixo, temos que abrir mão da anastomose e fazer a derivação, que é a colostomia. Com ela, fazemos que as fezes não saiam mais pelo reto, pelo ânus, e sim por um orifício criado no abdome.
Então, dependendo da situação, da localização do tumor e de algumas doenças que dificultam a realização das anastomoses, optamos por uma ostomia, colostomia ou ileostomia”, finaliza Prof. Dr. Roberto Luiz Kaiser Junior.