Se voc\u00ea tem algum conhecido que se submeteu \u00e0 cirurgia bari\u00e1trica, provavelmente observou ele mudar as formas do corpo e emagrecer como se fosse algo f\u00e1cil e natural. Por\u00e9m, anos depois, voc\u00ea se questiona: como \u00e9 que ele conseguiu retornar ao peso anterior? O que ele fez n\u00e3o foi um regime, foi uma interven\u00e7\u00e3o cir\u00fargica. Como \u00e9 poss\u00edvel? Sim, \u00e9 poss\u00edvel, e \u00e9 mais comum do que muitos m\u00e9dicos gostariam que fosse. \u201cSempre digo aos meus pacientes que a cirurgia n\u00e3o emagrece. Ela ajuda. Quem estiver disposto a emagrecer vai conseguir. A cirurgia \u00e9 capaz de dar saciedade com uma quantidade menor de comida, al\u00e9m de ajudar a melhorar o metabolismo da pessoa\u201d, explica o cirurgi\u00e3o bari\u00e1trico Roberto Luiz Kaiser J\u00fa nior, de Rio Preto.<\/p>\n
O especialista ainda destaca que, quando realizada a t\u00e9cnica de \u2018bypass g\u00e1strico\u2019, tamb\u00e9m se fala em absorver menos os alimentos, o que tamb\u00e9m ajuda o paciente. \u201cPortanto, a cirurgia realizada em pessoas que n\u00e3o colaboram pode, sim, contribuir para uma perda insuficiente de peso e tamb\u00e9m fazer com que a pessoa volte ganhar massa\u201d, declara.<\/p>\n
Para o gastroenterologista e nutr\u00f3logo Hamilton Funes, de Rio Preto, a recidiva de peso \u00e9 comum em cerca de 20% dos pacientes que passaram pela interven\u00e7\u00e3o. Entre os erros mais comuns para tal retorno, est\u00e1 o uso de bebida alco\u00f3lica e de l\u00edquidos hipercal\u00f3ricos, al\u00e9m de n\u00e3o seguir orienta\u00e7\u00e3o da equipe multidisciplinar. \u201cGrande parte das pessoas acredita que a bari\u00e1trica \u00e9 milagrosa e cabe a equipe mostrar que \u00e9 importante e seguimento com seu m\u00e9dico para prevenir recidiva\u201d, alerta.<\/p>\n
Kaiser Junior diz que h\u00e1 um outro erro muito comum nos pacientes que n\u00e3o seguem o tratamento de forma correta. \u201cO erro mais comum \u00e9 n\u00e3o comer carne vermelha. A carne, principalmente a vermelha, gera saciedade por mais tempo e tamb\u00e9m \u00e9 rica em vitaminas e prote\u00edna que o organismo precisa\u201d, declara.<\/p>\n
Cl\u00e1udia Alves, 35 anos, relembra que h\u00e1 oito se submeteu \u00e0 cirurgia. Na \u00e9poca, pesava quase 150 quilos. \u201cEu era jovem, mas n\u00e3o tinha sa\u00fade, sempre fui gordinha, mas na adolesc\u00eancia comecei a comer de forma compulsiva e, quando vi, caminhar era um ato dif\u00edcil demais. Foi quando passei pelo procedimento cir\u00fargico. Vivi anos \u00f3timos como magra, tentei me controlar, mas, h\u00e1 dois anos, quando meu casamento chegou ao fim, voltei a comer e voltei a engordar. N\u00e3o gosto de me olhar no espelho. N\u00e3o gosto de ver quem eu voltei a ser. \u00c9 um retorno dolorido demais com o meu eu do passado\u201d, declara.<\/p>\n
Ela garante que pretende mudar, que j\u00e1 buscou ajuda psicol\u00f3gica para superar todo esse momento, sente medo de fazer uma nova cirurgia e, por isso, diz que dessa vez quer tentar sozinha. \u201cQuero voltar a emagrecer e a gostar de mim, mas quero tentar isso sendo forte e voltando a me alimentar melhor. T\u00f4 saindo de uma depress\u00e3o e, al\u00e9m de idas ao psic\u00f3logo, j\u00e1 me matriculei e tenho ido a uma academia\u201d, conta ela feliz.<\/p>\n
Um dolorido retorno N\u00e3o h\u00e1 milagre Grande parte das pessoas que se submetem \u00e0 interven\u00e7\u00e3o cir\u00fargica veem na bari\u00e1trica um grande milagre e, talvez, esse, sim, seja o principal erro. Como j\u00e1 dito pelos especialistas, ela ajuda a emagrecer, mas n\u00e3o mant\u00e9m o paciente magro se ele n\u00e3o fizer o tratamento da maneira correta. \u201cEsse erro de ver a cirurgia como um milagre, se cometido no primeiro m\u00eas, pode resultar na perda da vida do paciente. A cirurgia precisa de um tempo para cicatriza\u00e7\u00e3o. Por isso, falamos em dieta l\u00edquida no primeiro m\u00eas. Depois disso, a pessoa vai aumentando lentamente a quantidade at\u00e9 atingir um volume m\u00e9dio, ap\u00f3s um ano de cirurgia, de 300 a 400 gramas por refei\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
A vontade pode n\u00e3o ser, mas aquela ideia de comer muito pouco quando se opera tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 verdadeira. A pessoa pode ir a churrascarias e ter uma qualidade boa de vida, pagando tamb\u00e9m menos \u00e9 claro\u201d, diz. Os pacientes bari\u00e1tricos devem ser vistos como pacientes em constante tratamento.<\/p>\n
Segundo os especialistas, ao longo da vida devem passar por orienta\u00e7\u00e3o nutricional, acompanhamento com equipe multidisciplinar, avalia\u00e7\u00e3o hematol\u00f3- gica peri\u00f3dica,\u00a0uso permanente de vitaminas e minerais. \u201cNo meu entender, esses pacientes devem ser acompanhados permanentemente em per\u00edodos definidos. E fazer, quando necess\u00e1rio, dosagem e reposi\u00e7\u00e3o de todas as vitaminas com car\u00eancia\u201d, frisa Funes, que continua: \u201cO estado emocional interfere, sim, para o ganho de peso, e a bari\u00e1trica deve ser vista como \u00faltimo recurso, pois riscos p\u00f3s-operat\u00f3rios, como hemorragia, fistulas digestivas e embolia pulmonar, podem levar ao \u00f3bito. Complica\u00e7\u00f5es tardias, como reganho de peso, desnutri\u00e7\u00e3o, anemia, car\u00eancia de vitaminas, entre outras acompanham a vida desses pacientes\u201d, alerta.<\/p>\n
Uma nova cirurgia Ser\u00e1 que \u00e9 poss\u00edvel refazer o procedimento? D\u00e1 pra ter uma segunda chance e tentar mudar as atitudes e viver de forma saud\u00e1vel? \u201cSim. Uma segunda cirurgia pode ser realizada quando vemos alguma falha na t\u00e9cnica cir\u00fargica. Podemos sugerir uma corre\u00e7\u00e3o, mas atualmente temos mecanismos n\u00e3o-cir\u00fargicos de ajuda quando o paciente j\u00e1 \u00e9 operado. O arg\u00f4nio \u00e9 um exemplo disso. Podemos ajudar a emagrecer simplesmente diminuindo o esvaziamento do est\u00f4mago, dando uma saciedade mais precoce e com menos quantidade de comida. O melhor de tudo \u00e9 que o procedimento \u00e9 realizado por endoscopia\u201d, orienta. (JR)<\/p>\n
Por\u00a0Juliana Ribeiro<\/em> Se voc\u00ea tem algum conhecido que se submeteu \u00e0 cirurgia bari\u00e1trica, provavelmente observou ele mudar as formas do corpo e emagrecer como se fosse algo f\u00e1cil e natural. Por\u00e9m, anos depois, voc\u00ea se questiona: como \u00e9 que ele conseguiu retornar ao peso anterior? O que ele fez n\u00e3o foi um regime, foi uma interven\u00e7\u00e3o cir\u00fargica. […]<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"ocean_post_layout":"","ocean_both_sidebars_style":"","ocean_both_sidebars_content_width":0,"ocean_both_sidebars_sidebars_width":0,"ocean_sidebar":"","ocean_second_sidebar":"","ocean_disable_margins":"enable","ocean_add_body_class":"","ocean_shortcode_before_top_bar":"","ocean_shortcode_after_top_bar":"","ocean_shortcode_before_header":"","ocean_shortcode_after_header":"","ocean_has_shortcode":"","ocean_shortcode_after_title":"","ocean_shortcode_before_footer_widgets":"","ocean_shortcode_after_footer_widgets":"","ocean_shortcode_before_footer_bottom":"","ocean_shortcode_after_footer_bottom":"","ocean_display_top_bar":"default","ocean_display_header":"default","ocean_header_style":"","ocean_center_header_left_menu":"","ocean_custom_header_template":"","ocean_custom_logo":0,"ocean_custom_retina_logo":0,"ocean_custom_logo_max_width":0,"ocean_custom_logo_tablet_max_width":0,"ocean_custom_logo_mobile_max_width":0,"ocean_custom_logo_max_height":0,"ocean_custom_logo_tablet_max_height":0,"ocean_custom_logo_mobile_max_height":0,"ocean_header_custom_menu":"","ocean_menu_typo_font_family":"","ocean_menu_typo_font_subset":"","ocean_menu_typo_font_size":0,"ocean_menu_typo_font_size_tablet":0,"ocean_menu_typo_font_size_mobile":0,"ocean_menu_typo_font_size_unit":"px","ocean_menu_typo_font_weight":"","ocean_menu_typo_font_weight_tablet":"","ocean_menu_typo_font_weight_mobile":"","ocean_menu_typo_transform":"","ocean_menu_typo_transform_tablet":"","ocean_menu_typo_transform_mobile":"","ocean_menu_typo_line_height":0,"ocean_menu_typo_line_height_tablet":0,"ocean_menu_typo_line_height_mobile":0,"ocean_menu_typo_line_height_unit":"","ocean_menu_typo_spacing":0,"ocean_menu_typo_spacing_tablet":0,"ocean_menu_typo_spacing_mobile":0,"ocean_menu_typo_spacing_unit":"","ocean_menu_link_color":"","ocean_menu_link_color_hover":"","ocean_menu_link_color_active":"","ocean_menu_link_background":"","ocean_menu_link_hover_background":"","ocean_menu_link_active_background":"","ocean_menu_social_links_bg":"","ocean_menu_social_hover_links_bg":"","ocean_menu_social_links_color":"","ocean_menu_social_hover_links_color":"","ocean_disable_title":"default","ocean_disable_heading":"default","ocean_post_title":"","ocean_post_subheading":"","ocean_post_title_style":"","ocean_post_title_background_color":"","ocean_post_title_background":0,"ocean_post_title_bg_image_position":"","ocean_post_title_bg_image_attachment":"","ocean_post_title_bg_image_repeat":"","ocean_post_title_bg_image_size":"","ocean_post_title_height":0,"ocean_post_title_bg_overlay":0.5,"ocean_post_title_bg_overlay_color":"","ocean_disable_breadcrumbs":"default","ocean_breadcrumbs_color":"","ocean_breadcrumbs_separator_color":"","ocean_breadcrumbs_links_color":"","ocean_breadcrumbs_links_hover_color":"","ocean_display_footer_widgets":"default","ocean_display_footer_bottom":"default","ocean_custom_footer_template":"","footnotes":"","ocean_post_oembed":"","ocean_post_self_hosted_media":"","ocean_post_video_embed":"","ocean_link_format":"","ocean_link_format_target":"self","ocean_quote_format":"","ocean_quote_format_link":"post","ocean_gallery_link_images":"on","ocean_gallery_id":[]},"categories":[31],"tags":[],"yoast_head":"\n
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