A cirurgia bariátrica e metabólica, conhecida popularmente como redução de estômago, reúne técnicas com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade mórbida e ou obesidade grave e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cirurgia bariátrica está indicada para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m².
Que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue e problemas articulares.
Ou para pacientes com IMC maior que 40 Kg/m² que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico (incluindo o uso de medicamentos).
Obesidade no Brasil
Dados do Ministério da Saúde apontam que o brasileiro está mais obeso.
A prevalência da obesidade passou de 11,8% em 2006, para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros.
Os números são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada pelo Ministério da Saúde, em abril de 2017.
O resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016, com 53.210 pessoas maiores de 18 anos, das capitais brasileiras.
Segundo a pesquisa, o crescimento da obesidade é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis, que pioram a condição de vida do brasileiro e podem até matar.
Diabetes e Hipertensão
O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006, para 8,9% em 2016; e o de hipertensão passou de 22,5% em 2006, para 25,7% em 2016. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres.
Mais da metade dos adultos que residem em capitais do país está com excesso de peso. Na população em geral, em 2006 42,6% da população estava nessa faixa; em 2016 os índices atingiram 53,8%.
A pesquisa registrou ainda a mudança no hábito alimentar da população. Os dados apontam uma diminuição da ingestão de ingredientes considerados básicos e tradicionais na mesa do brasileiro. Um exemplo é o consumo regular de feijão diminuiu de 67,5% em 2012, para 61,3% em 2016.
E mais: apenas um em cada três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana.
Esse quadro mostra a transição alimentar no Brasil, que antes era a desnutrição e agora está entre os países que apresentam altas prevalências de obesidade.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) considera o crescimento da obesidade no Brasil, nos últimos dez anos, um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade.
Definição de Obesidade
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica a obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de gordura no corpo.
O acúmulo ocorre quando a oferta de calorias é maior que o gasto de energia corporal e resulta frequentemente em sérios prejuízos à saúde.
A avaliação do peso de cada pessoa é realizada através do IMC (Índice de Massa Corporal). Para tanto é feita uma conta em que se divide o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadro. Por exemplo: 80 ÷1,602 = 80 ÷ 2,56 = 31,25 (obesidade I).
As faixas de IMC são divididas em:
- Abaixo de 16,99 – muito abaixo do peso
- Entre 17 e 18,49 – abaixo do peso
- Entre 18,5 e 24,99 – peso normal
- Entre 25 e 29,99 – acima do peso
- Entre 30 e 34,99 – obesidade I
- Entre 35 e 39,99 – obesidade II (severa)
- Acima de 40 – obesidade III (mórbida)
São várias as causas que levam a quadros de obesidade.
Ingestão excessiva de alimentos
Os hábitos de vida contemporânea favorecem o consumo exagerado de alimentos de alto valor calórico, mas com pobre qualidade nutricional. Essa ingestão excessiva também pode ser desencadeada por transtornos de compulsão alimentar.
Falta de atividade física
O sedentarismo é outra causa indutora da obesidade. É necessário tentar incluir atividades físicas regulares na rotina diária.
O gasto energético vem diminuindo com os confortos da vida moderna, como controles remotos de TV, elevadores, automóveis, escadas rolantes etc.
Tendência genética
Pesquisas mostram a relação entre herança genética e obesidade. Normalmente, pais com peso normal têm em média 10% dos filhos obesos.
Quando um dos pais é obeso, 50% dos filhos certamente o serão. E, quando ambos os pais são obesos, esse número pode subir para 80%.
Problemas hormonais
Alterações nas funções das glândulas tireoide, suprarrenais e da região do hipotálamo também podem provocar a obesidade.
Prevenção
Embora seja significativa a relevância dos fatores genéticos no desenvolvimento da obesidade, ela pode ser evitada começando pela educação das crianças dentro de casa e na escola.
É importante optar por refeições e lanches saudáveis (carnes magras, vegetais, frutas e massas integrais), evitando alimentos industrializados e ricos em gordura.
É possível consumir doces, frituras, refrigerantes e até bebidas alcoólicas, mas em ocasiões específicas e com moderação.
Além da alimentação saudável, deve-se manter a prática regular de exercícios físicos.
Tratamento
A primeira opção para se livrar do excesso de peso é o chamado tratamento clínico. Que inclui dieta, exercícios, medicação e acompanhamento médico e nutricional.
Também podem fazer parte da equipe um fisioterapeuta e um psicólogo. O objetivo é conscientizar o paciente da necessidade de trocar o sedentarismo e a má alimentação por hábitos de vida mais saudáveis.
Nos casos em que a obesidade traz prejuízos à saúde e o tratamento clínico se mostra ineficaz, o tratamento cirúrgico deve ser considerado.
Cirurgia Bariátrica
O primeiro passo é agendar uma consulta, para que o médico especialista possa avaliar o perfil da pessoa.
As doenças associadas à obesidade, qual a expectativa de perda de peso, o IMC (Índice de Massa Corporal), se a pessoa está dentro dos critérios de indicação da cirurgia bariátrica e, estando dentro dos critérios da cirurgia, será discutida a melhor técnica.
Tanto no Brasil como em várias partes do mundo, são duas as técnicas cirúrgicas mais realizadas. O paciente receberá toda a explicação sobre o porquê de estar fazendo determinada técnica.
Feita a consulta e decidida qual a técnica cirúrgica mais indicada, o paciente será encaminhado aos exames e avaliações necessárias.
Normalmente são feitas: avaliação cardíaca, pulmonar, com o endócrino, anestesista, cirurgião vascular, e exames como a endoscopia, ultrassom e exames de sangue.
Realizado todo esse processo a pessoa volta para a consulta com o cirurgião, para que seja agendada a técnica cirúrgica.
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Emagrecimento
Uma dúvida muito comum dos pacientes é: como e até quando eu vou emagrecer?
Existe uma preocupação sobre ficar magro demais, com aspecto de desnutrido.
A ideia da cirurgia é ajudar a pessoa a emagrecer, ela não tem o propósito de emagrecer ninguém, mas de ajudar.
E como a cirurgia ajuda?
Dando a sensação de saciedade com uma quantidade menor de comida e, às vezes, absorvendo um pouco menos, como no caso da cirurgia do Bypass Gástrico, mas o resultado depende muito do que a pessoa se alimenta.
Ingerindo uma quantidade menor de comida a pessoa deixará a faixa da obesidade.
Com isso vai emagrecer até a hora que aquela quantidade menor de comida for suficiente para manter aquele organismo de uma maneira mais saudável.
Esse emagrecimento é natural e saudável, desde que a pessoa tenha uma boa ingesta alimentar, se alimente corretamente, coma bastante carne vermelha.
Boa alimentação
A boa alimentação faz com que a pessoa tenha um bom resultado da cirurgia. Quem acha que a cirurgia é um milagre, que vai ajudar independente do como estiver se alimentando, é um sério candidato a ficar com aspecto de desnutrido, pois sua alimentação é incorreta.
A pessoa que se alimenta corretamente, que tem um bom perfil alimentar, jamais vai ficar com esse aspecto.
Quem está pálido demais, provavelmente está se alimentando mal, vomitando, comendo errado, e com problemas de desnutrição.
Pode estar com problemas de anemia e precisa de ajuda médica para que volte a ter um aspecto saudável.
A ideia da cirurgia é deixar a pessoa com um peso menor e também, o que é muito importante, com um aspecto saudável.
É o emagrecimento que faz com que a pessoa fique bem, e com a saúde melhor do que estava antes do procedimento cirúrgico.
Procedimento
Atualmente, na cirurgia bariátrica, é feito um procedimento por videolaparoscopia. São feitos cinco furinhos, orifícios, que variam de 0,5 a 1,0 centímetro.
Com isso, a pessoa consegue volta precocemente para suas atividades habituais normais.
É recomentado um período de internação no hospital, de dois dias em média; geralmente, entre cinco e sete dias, a pessoa voltar para suas atividades normais, volta a dirigir, a trabalhar; e depois de 15 dias estará liberada para retomar às atividades físicas.
Reunião da Obesidade
Enquanto se desenvolve todo o processo preparatório para a cirurgia bariátrica, o paciente é encaminhado a participar da reunião da obesidade.
No local ele poderá ouvir depoimentos das pessoas já operadas, e compartilhar dúvidas com outras pessoas que também irão fazer a cirurgia, e estão ali presentes para saber um pouco mais.
Baseados nas dúvidas dos presentes, os profissionais poderão fazer os esclarecimentos de forma mais abrangente, informando a um maior número de pessoas.
É uma reunião livre, aberta ao público, inclusive para pessoas interessadas em saber mais sobre o procedimento bariátrico.
Com todo o processo concluído é agendada a cirurgia.
Participe da reunião
A reunião mensal da obesidade acontece na terceira terça-feira de cada mês.
O local é o auditório Dr. Roberto Luiz Kaiser, localizado nas dependências da Kaiser Clínica.
Rua XV de Novembro, 3975 – Vila Redentora – São José do Rio Preto – SP.
Maiores informações – (17) 3302-4777.